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Chaos 4
Sinopses
Chaos I
O que poderemos inventar para padecer, quando tudo o que existe já é realmente tudo.
Que fazer? Falar, falar, falar e falar.
Mas com quem? Connosco próprios e se possível que alguém nos ouça e se incomode com isso.
A inovação velha do abandono, o regresso ao fim, como o fim do princípio.
“ Não achas interessante o que eu digo?” ela “ Não!” ele “ Nunca?”
De novo o silêncio.
Chaos II
Um homem que luta incessantemente com e contra as suas memórias, deixando-se lentamente enternecer com as mesmas.
As paredes, o suor, a tinta branca da cara liquefeita...
"No entanto o esforço é leve, será sempre leve o meu esforço, o meu quase...
quase não... o meu certo esforço da solidão.
Não se enganem, eu sempre quis estar só... tenho saudades dela... de quando ainda não a conhecia... de quando ainda sequer não a ouvia...”
Tantas são as casas nas pessoas que não entramos
Chaos III
“ Eu amo-te, tão amor, meu sexo, minha igual, só nós não chegamos.
A carne entre os dentes, que gosto minha igual.”
A grande questão entre o real quotidiano e o visionário ser tem esse riso de existir, esse gozo de tocar. De nos tocarmos, essa preciosa dor de nos tocarmos...
Chaos IV
Tudo e nada. No final sempre tudo. Será sempre o que exigimos dos que amamos. Um estrangeiro dentro de si, uma cara conhecida, um corpo criado mas no entanto tudo estranho “Lembras-te do teu nascimento?” ela “ Claro que não pai! Que disparate tão grande!”
Daqui em diante tudo em aberto, tudo a descoberto; que decisões? Que memórias escolher? Que memórias não escolher? Que caras aniquilar? Que caras colocar de novo na parede? Enfim, tudo o que possamos imaginar numa pergunta de quem está longe.
No entanto uma cidade que nos acolheu, no entanto o abrigo, no entanto tantos anos que nos deram do que lá não nos permitiram.
“Pai que vais fazer lá em baixo? La bas cet le fin du monde!”
Eterno e tão nosso conhecido problema migrante, não ser de cá nem de lá.
Baudelaire disse: “Homem amas o teu país? Não conheço a sua latitude.
Afinal que amas tu, homem enigmático?
As nuvens... as maravilhosas nuvens.”
O encenador
Pedro Estorninho
Chaos I
Chaos II
Chaos IV
Ciclo de 4 espectáculos Site-specific. Os textos da autoria de Pedro Estorninho eram disponibilizados aos actores 10 dias antes da apresentação, sendo seguidamente realizados 2 ensaios e imediatamente apresentados ao público.
Locais:
• Chaos 1 - Sede SOS Racismo Porto, 22 de Fevereiro, 2009.
• Chaos 2 - Nave, Cace Cultural do Porto, IEFP, 8 de Março, 2009, Reposição de 12 a 16 de Maio, 2010.
• Chaos 3 - Sede SOS Racismo, Porto,15 de Março, 2009.
• Chaos 4 - Café Pedra Nova, Porto, 22 de Março, 2009.
Ficha Artística:
Textos e Encenação: Pedro Estorninho;
Interpretação: Ana Vargas, Clara Minckwitz, José Carretas, José Topa, Manuel Tur;
Desenho de Luz: Romeu Guimarães
Vídeo: Eduardo Morais
Direcção de Produção: Inês Leite
Ficha Técnica:
Design : Pedro Ferreira
Fotografia: Pedro Ferreira
Registo Vídeo: Eduardo Morais